星期四, 11月 29, 2007

MacauHoje: E o Farol apagou-se

“燈光不再” 分享葡文報一篇感性文章
葡文報《澳門今日》發表由該社社長華年禮(João Costeira Varela)及其他6位編輯和記者的聯署評論文章稱,在過去4年多,松山燈塔的光芒一直照耀著徹夜工作的編輯部。但從昨天開始,正在建設中的中聯辦新辦公大樓遮擋了燈塔,編輯部再也看不到燈塔的光芒。昨天是悲哀的一天,但或許會激勵編輯部的人們更加熱愛澳門,更加努力地去捍衛他們選擇這項事業的原則,這項事業就是公正地對待澳門這個城市。


E o Farol apagou-se

MacauHoje

2007-11-21

Durante quatro anos e uns meses, a redacção do Hoje Macau trabalhou afincadamente iluminada por uma luz companheira de todas as noites. Trabalhávamos e trabalhamos com prazer, amor à profissão e amor a Macau. Ontem, porém, foi um dia triste. Um dia que talvez nos faça amar ainda mais Macau e reforçar o nosso princípio de adoptar as causas que sabemos serem justas para a cidade.

Pela primeira vez em quatro anos, não tínhamos o Farol da Guia como ponto de fuga. Aquele ponto de fuga para o qual nos habituámos a olhar sempre que precisávamos de pôr os olhos “lá fora” e pensar ou buscar inspiração.

Como dizia uma colega, ontem, quando aqui chegámos e nos apercebemos que tínhamos perdido Farol e Colina, somos, a seguir a Macau, as primeiras vítimas da insensibilidade e do autismo com que determinadas decisões foram tomadas na RAEM nos últimos anos.É público, e às vezes notório, que um diário em língua portuguesa é feito pela noite dentro, muitas vezes até ao início da madrugada. Nessas noites, habituámo-nos a ver o céu ser atravessado pelo raio de luz constante e nunca decadente. Um raio metódico emanado por um monumento à coragem e identidade de uma cidade que não deveria querer perder-se para sempre na futilidade estética que a está a atacar. O farol, impotente, está a perder-se. Agora, à nossa frente, há uma simplesmente horrível parede de betão. Sabemos que pertence ao Governo Central. E é por isso mesmo, por pertencer à entidade que tudo fez para que Macau hoje possa arvorar-se Património Mundial, que a perda do Farol nos revolta. A ganância da área, do volume, da imponência, do “o meu é maior que o teu” é simplesmente ridícula. Revoltante.

Neste caso - ao contrário daquilo que se passa do outro lado da Colina, onde milhares de pessoas também se vêem impotentes perante a certeza de irem perder o monumento que toda a vida lhes iluminou o sentido de pertença a Macau - a culpa não é apenas do Governo da RAEM, é certo. Mas ninguém, jamais, se esquecerá que o monstro foi autorizado aqui, nos nossos gabinetes das Obras Públicas.

Ao Farol, até já. Ao virar da esquina ainda te vemos. Mas talvez já não por muito tempo.

A Macau, até quando?

Carlos Picassinos
Island Ian
João Costeira Varela
Joaquim Correia Leal
Paulo Borges
Raquel Silva Tavares
Rui Rasquinho
Sofia Jesus

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